quinta-feira, 3 de maio de 2012

ancorar


Sente-se aqui
Será que vai?
Além do amanhã, demora pra ver teu cais
Quem será tua paz?
Vai além de mim
Vai além de quem vê o teu medo de perder
E tu te prendes aí
E tu te prendes assim
Como uma ancora perdida no mar sem beira

Estar seguro não é estar bem
E o mundo para pra ver quem vem
Parece que ta tudo bem aí

Vem pra cá
Te entregas à mim
É seguro por aqui, não precisa ter medo de afundar
Sem precisar
Foge pro mar
Tua casa parece mais segura se for vista de lá
E tu te prendes aí
E tu te prendes em mim
Como uma ancora perdida no mar sem beira

terça-feira, 3 de abril de 2012

Acompanhar

Esse não é meu lugar não solidão
Eu sou do lado de lá
E vim pra te falar companheiro
De quem me acompanha e não está do meu lado         

Vi nascendo um sol empalmando o luar
Na tua terra não se vê razão
De cá se vê o mar
Um mar de saudade dentro de um retrato

Vem cá saudar o teu par
Que sente falta de te amar


(Só para constar que esse texto não seria nada sem a ajuda do Thomas, obrigado.)

quarta-feira, 28 de março de 2012

Des(de)enhar

Ei irmão será que um dia serei bom?
Será que um dia saberei o que fazer?
Versos vêm em vão, esses não seriam diferentes
Não quero te deixar para trás

Ei irmão, da onde vem sua inspiração?
Dos seus sonhos, dos seus medos, de desejos ou o que você queria ser?
E teus livros gastos folheados junto com um maço de cigarros
Veio a inspiração te ver

Me diz que agora o sonho já se foi
Esquecido nas suas anotações junto com seu violão
Mesmo que assim fosse ser eu sem você
E me dizendo que seu amigo não queria ver

E vou sem paz, procurando meu lugar
Dentro de suas folhas esquecidas
E mesmo esquecido me encontrei em uma de suas letras desenhadas
Grafadas com carinho feitas para uma antiga amante idolatrada

Ei irmão, agora já sei o que dizer
Que às vezes queria esquecer quem é você
E ser de quem eu quero ser

quarta-feira, 14 de março de 2012

De cima

Queria ter um par de asas para voar até te encontrar
Te contar dos clichês que escrevi
E te ver rir
Fazer-te sorrir

Vamos criar um par de esperanças e coletar
Todas as desavenças de um sonho que tem medo da tristeza
Se faz a lei
Que esqueceu alguém para chamar de meu bem

Quero tanto te ver
De cima
Quero esquecer
A vida
E se fosse desistir de quem seria?

Espero que o amanhã custe a chegar
Que seja menos vulgar
Vamos dar sorte ao azar
E ver o vento passar

Queria saber escrever poesia
E te contar dos meus dias
E ser mais feliz
E que sejam mais felizes os teus dias

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

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Eu não quis te ver
saberá
então não dá mais para chorar
me dói a verdade

Quem sabe viva de dor o amanhã que me traz
Sonho que se faz de saudades
Altitude que afronta o ar
É cruel de se lidar
Assim eu moldo a vontade
Vou voltar para o mar, meu suave lar
Senti falta de te amar.

Eu saí de lá
por não aguentar
quem dirá que sabe o que é sofrer por perder.
Cansei de insistir
mas não desisti
Só me sobra o tempo para perceber o que é maldade

Verso que afronta o ar
É cruel de se lidar
Assim eu moldo a sinceridade
Vou voltar para o mar, meu suave lar
Senti falta de voar.


Eu não quis te ver
saberá
então não dá mais para chorar
me dói a verdade
Cansei de insistir
mas não desisti
Só me sobra o tempo para perceber o que é maldade
Altitude que afronta o ar
Será cruel se não for verdade

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

não sabe rimar

Quis
de toda paz
ver nunca mais
mas de que tudo
jamais quis ver outros reais entre os demais.
Quis
nunca entender
a voz que veio dizer
sobre não perceber que estava começando a doer
Quis
nunca pensar
para não acreditar
que aquilo voltava a me atacar antes que eu pudesse adivinhar.
Quis
poder me prevenir
para abolir de mim
mas vim a recair
e acabei por repetir
e agora não posso mais fugir.

Tentei
tanto que me soltei
até o ponto em que amei
e implorei para encontrar esses finais.
Pensei
que jamais terei
então desdenhei aquilo que sonhei
e provei que comecei a corroer.
Doei
a ponto que achei
que jamais serei tolo a ponto de deixar me enganar.
Sentei
e chorei
desacreditei no que imaginei
e o que me resta agora é só mentir.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

agouro

Vou me sacudir até sumir
Vou fugir para dentro de mim
Eu vou correr
Minhas pernas já não se movem mais Meus olhos já não enxergam mais
Eu vou corroer

Existe um vazio que nunca será preenchido
Existe um vazio que nunca será entendido
E eu vou correr
Devagar eu vou desaparecendo, me embriagando na solidão

Ansiedade me procura e eu não posso mais fugir
Vagarosamente perco minha cabeça, perco a mim
Novamente estou fora de controle
Coloque-me em um pequeno pote

E no seu pote sou invisível, imperceptível.
Deixei-me criar raízes e me acomodar
Minha jaula é minha mente e daqui não posso correr

Aqui dentro já não escuto mais a voz da razão.